segunda-feira, 28 de abril de 2014

Convivendo com o Alzheimer


A doença tende a ser mais frequente com o envelhecimento da população em todo o mundo. Contra os seus avanços, pesquisas ensaiam diagnósticos antecipados e familiares adotam estratégias onde o cuidado faz a diferença.

A demência senil conhecida como Alzheimer, é uma doença neurodegenerativa de causas ainda desconhecidas e difícil detecção. “É a pedra no sapato da longevidade”, sintetiza o geriatra e professor João Macedo. Quanto mais avançada a idade, maior chance de desenvolver a Doença de Alzheimer. O que, para o médico, configura grave problema para a saúde pública com o crescimento do número de idosos no mundo. 

 Preocupação que tem impulsionado pesquisadores na busca por medicamentos e diagnósticos mais precisos. Como os da Universidade de Georgetown e da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Ambos buscam um diagnóstico antecipado da doença com base nos sinais do organismo de um paciente em potencial. Os resultados até agora sinalizam que se pode prever o Alzheimer até 25 anos antes das manifestações sintomáticas.
Mas ter esta informação vai além do diagnóstico precoce. Poderia, sim, ser benéfica se propusesse uma mudança de hábitos e de planejamento, segundo a neuropsicóloga Luciane Ponte. No entanto, saber com tanta antecedência poderia trazer mais transtornos do que ajuda, já que não existem cura ou formas de impedir efetivamente a instalação da doença. “Imagine o estresse para uma pessoa que descobre uma possibilidade de ter a doença em 20 anos”, ressalta.

A importância das pesquisas está na procura por melhores medicamentos, avalia o geriatra João Macedo. “Está se iniciando uma nova era no estudo de substâncias, que podem ser mais eficientes na fase pré-clínica”. Quanto ao diagnóstico, a busca é por métodos mais precisos de detecção. Atualmente, são diversos os parâmetros que precisam ser levados em conta: exames de neuroimagem, relatos da família e testes de cognição, por exemplo.
Acompanhamento

Das demências, o Alzheimer é a mais frequente. Representa de 60% a 70% dos 7,7 milhões de novos casos a cada ano no mundo. Os dados são do relatório “Demência: Uma Prioridade de Saúde Pública”, publicado em 2012 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Se o envelhecer vem com o desenvolvimento da demência, o cérebro reduz de tamanho e perde gradativamente o controle de funções motoras e cognitivas. 

Falar em Doença de Alzheimer significa aludir ao dano mais notável: o esquecimento de aspectos da própria vida. Além da memória, ela compromete a execução de atividades diárias, provoca alterações comportamentais e exerce, sobre a família, uma forte mudança de rotina. Daí a necessidade de orientação e cuidado com quem acompanha os pacientes. 

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