Uma equipe de
pesquisadores japoneses desenvolveu um composto capaz de suprimir a formação de
uma proteína que é creditada ser a maior causadora da doença de Alzheimer, de
acordo com um estudo publicado na quarta-feira (09) na revista científica
“Nature Communications”.
Estima-se que exista hoje mais de 30
milhões de casos no mundo (Imagem: Edição Mundo-Nipo)
A equipe, que
publicou os resultados da pesquisa somente na revista, disse que pode ser
possível tratar a doença de Alzheimer suprimindo a ação de enzimas envolvidas
na formação da proteína beta-amilóide, normalmente presentes no cérebro humano,
mas existem em maior quantidade nos doentes de Alzheimer.
Os pesquisadores,
em sua maioria da Universidade de Doshisha, incluindo Satoru Funamoto,
professor de neuropatologia, disseram esperar que a nova substância, que inibe
a formação de beta-amilóide, possa ajudar a estabelecer um novo método de
medidas preventivas contra a doença e/ou um tratamento mais eficaz e com menos
efeitos colaterais.
Segundo uma
publicação do Dr. Drauzio Varella, estudos publicados na década de 1980
mostraram que a proteína que se acumula dentro dos neurônios (tau) dos doentes
com Alzheimer, é diferente da que se acumula nos espaços existentes entre eles
(beta-amilóide).
A proteína
beta-amilóide se deposita em placas que causam destruição de neurônios por
criar processo inflamatório crônico nas regiões afetadas, interferir com a
regulação de cálcio, essencial para a condução dos estímulos nervosos, e
aumentar a produção de radicais livres, tóxicos para as células nervosas.
A doença foi
descrita pela primeira vez em 1909, pelo neuropatologista alemão Alois
Alzheimer. Ele identificou um quadro clínico específico para estes pacientes
com severas perturbações, mas sem apresentar nenhuma lesão cerebral.
Alois Alzheimer
constatou que as neurotoxinas, chamadas oligômeros de abeta, normalmente
presentes no cérebro humano, existem em maior quantidade nos doentes de
Alzheimer. Elas se juntam, atacam as conexões entre os neurônios e impede o
processamento de informações, levando a perda da memória, além de outros
sintomas como confusão mental, irritabilidade, alteração de humor e
agressividade. Aos poucos, o paciente começa a se desligar da realidade.
Recentemente, um
estudo avaliou mais profundamente a ação da proteína beta-amiloide ou abeta
presentes nos cérebros. Nos pacientes com doença de Alzheimer, são registradas
altas concentrações dessa proteína, que formam grandes placas no cérebro e
agrupamentos menores (chamados oligômeros) solúveis no líquido
cefalorraquidiano, que banha o órgão. Esses oligômeros de abeta prejudicam as
sinapses nervosas, que deixam de funcionar corretamente e causam os todos os
problemas associados à doença de Alzheimer.
Estima-se que
exista hoje mais de 30 milhões de casos no mundo. Só que metade dos idosos com
Alzheimer não sabem que possuem a doença e, entre os pacientes diagnosticados,
apenas um em cada quatro recebem o tratamento adequado.
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