quarta-feira, 3 de julho de 2013

Estudo: Um tratamento inédito e encorajador desenvolvido pelo Dr. Andres M. Lozano


Autor da matéria: Jornalista António Henriques


Seis pacientes com a doença de Alzheimer foram submetidos a um estudo da autoria de investigadores da Universidade de Toronto, no Canadá. Depois de um ano de trabalho, por via de estímulos cerebrais, verificou-se, em dois doentes, o recuo da doença de Alzheimer, sendo que nos restantes a deterioração do cérebro parou. Os investigadores vão repetir o tratamento em 50 pessoas com o mesmo problema.
Uma equipe de investigadores canadenses da Universidade de Toronto, comandada pelo neurocirurgião Dr. Andres M.Lozano (1) University of Toronto, levou a cabo um trabalho inovador, que conseguiu o mérito de travar e reverter a doença de Alzheimer, cuja cura e tratamento são um dos grandes desafios da ciência.
Graças a este estudo, pela primeira vez conseguiu-se parar a doença, por via de uma técnica que recorreu a estímulos cerebrais, foi possível verificar uma reversão da doença de Alzheimer, o que abre portas para o tratamento de uma doença incurável e que se caracteriza pela perda de memória progressiva, até à morte.
A técnica utilizada consiste no envio de estímulos através de impulsos elétricos, no cérebro de pessoas com Alzheimer. Os cientistas aplicaram o tratamento em seis pacientes, sendo que todos eles tinham a doença há um ano, no mínimo.
Os pacientes foram sujeitos a impulsos elétricos enviados para o cérebro, onde foram colocados elétrodos no fórnix – conjunto de neurônios que comunica com uma das regiões que começam a ser afetadas pela doença de Alzheimer: o hipocampo.

Com o mau funcionamento do hipocampo, os pacientes começam a sentir os efeitos que caracterizam Alzheimer: a perda de memória e a desorientação temporal. Os investigadores já tinham conhecimento, através de exames cerebrais, que o hipocampo absorve menos glicose do que o normal, nos pacientes com esta doença.
Durante um ano, os pacientes foram submetidos a estes impulsos e os resultados foram encorajadores: submetidos a novos exames, verificou-se que a doença de Alzheimer não avançou e, em dois casos, entrou num processo de retrocesso. Nestes dois pacientes, a região do cérebro que está associada à memória não só não inverteu, como voltou a recuperar o tamanho normal.

Já nos outros quatro doentes com Alzheimer, verificou-se que não houve avanço da deterioração do cérebro. A doença foi totalmente controlada. O processo de absorção de glicose também voltou aos níveis normais, sendo que o lobo temporal recuperou o seu funcionamento.

Não obstante estes resultados muito encorajadores, a equipe de neurocientistas canadenses pretende avançar no estudo. As conclusões do mesmo são, a partir de agora, plataformas para avançar na cura de Alzheimer, que ainda não pode ser anunciada.
Os cientistas da Universidade de Toronto vai alargar a amostra de pacientes, de seis para 50 pessoas com Alzheimer.





      (1)  Senior Scientist Division of Brain Imaging & Behaviour Systems – Neuroscience Toronto Western Research Institute (TWRI) email: Lozano@uhnres.utoronto.ca


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