Autor da matéria: Jornalista António Henriques
Seis pacientes com a doença de Alzheimer
foram submetidos a um estudo da autoria de investigadores da Universidade de Toronto,
no Canadá. Depois de um ano de trabalho, por via de estímulos cerebrais,
verificou-se, em dois doentes, o recuo da doença de Alzheimer, sendo que nos
restantes a deterioração do cérebro parou. Os investigadores vão repetir o
tratamento em 50 pessoas com o mesmo problema.
Uma equipe de
investigadores canadenses da Universidade de Toronto, comandada pelo
neurocirurgião Dr. Andres M.Lozano (1)
University of Toronto, levou a cabo um trabalho inovador, que conseguiu o
mérito de travar e reverter a doença de Alzheimer, cuja cura e tratamento são
um dos grandes desafios da ciência.
Graças a este estudo, pela primeira vez
conseguiu-se parar a doença, por via de uma técnica que recorreu a estímulos
cerebrais, foi possível verificar uma reversão da doença de Alzheimer, o que
abre portas para o tratamento de uma doença incurável e que se caracteriza pela
perda de memória progressiva, até à morte.
A técnica utilizada consiste no envio de
estímulos através de impulsos elétricos, no cérebro de pessoas com Alzheimer.
Os cientistas aplicaram o tratamento em seis pacientes, sendo que todos eles
tinham a doença há um ano, no mínimo.
Os pacientes foram sujeitos a impulsos
elétricos enviados para o cérebro, onde foram colocados elétrodos no fórnix –
conjunto de neurônios que comunica com uma das regiões que começam a ser
afetadas pela doença de Alzheimer: o hipocampo.
Com o mau funcionamento do hipocampo, os
pacientes começam a sentir os efeitos que caracterizam Alzheimer: a perda de
memória e a desorientação temporal. Os investigadores já tinham conhecimento,
através de exames cerebrais, que o hipocampo absorve menos glicose do que o
normal, nos pacientes com esta doença.
Durante um ano, os pacientes foram submetidos
a estes impulsos e os resultados foram encorajadores: submetidos a novos
exames, verificou-se que a doença de Alzheimer não avançou e, em dois casos,
entrou num processo de retrocesso. Nestes dois pacientes, a região do cérebro
que está associada à memória não só não inverteu, como voltou a recuperar o
tamanho normal.
Já nos outros quatro doentes com
Alzheimer, verificou-se que não houve avanço da deterioração do cérebro. A
doença foi totalmente controlada. O processo de absorção de glicose também
voltou aos níveis normais, sendo que o lobo temporal recuperou o seu
funcionamento.
Não obstante estes resultados muito
encorajadores, a equipe de neurocientistas canadenses pretende avançar no
estudo. As conclusões do mesmo são, a partir de agora, plataformas para avançar
na cura de Alzheimer, que ainda não pode ser anunciada.
Os cientistas da Universidade de Toronto
vai alargar a amostra de pacientes, de seis para 50 pessoas com Alzheimer.
(1)
Senior
Scientist Division of Brain Imaging & Behaviour Systems – Neuroscience Toronto
Western Research Institute (TWRI) email: Lozano@uhnres.utoronto.ca
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