Alzheimer pode matar tanto quanto câncer nos EUA, diz estudo
Um terço de todas as mortes das pessoas com mais de 75 anos
no país foi atribuído ao Alzheimer.
Muitas mortes pelo Mal de Alzheimer não são registradas nos
Estados Unidos, revela um estudo divulgado na quarta (5) na revista Neurology,
acrescentando que a doença pode estar deixando tantas vítimas quanto o câncer,
ou as afecções cardíacas.
Hoje, o Alzheimer é a sexta causa de morte nos Estados
Unidos, segundo dados dos centros federais para o controle e a prevenção de
doenças (CDCs, na sigla em inglês). Essa lista é liderada pelas doenças
cardíacas, seguidas pelo câncer.
Os pesquisadores desse estudo acreditam, porém, que as
mortes ligadas ao Alzheimer possam ser até seis vezes mais comuns do que se
pensa.
"O Mal de Alzheimer e outras demências são registrados
de maneira deficiente nos atestados de óbito e nos boletins médicos",
disse o autor do estudo, Bryan James, do centro médico da Universidade Rush de
Chicago.
"Os atestados de óbito registram, normalmente, a causa
da morte imediata, como a pneumonia, mas sem levar a demência em conta como uma
causa subjacente", frisou.
Nesse estudo, foram observadas mais de 2.500 pessoas com
mais de 65 anos de idade, examinadas anualmente para determinar se apresentavam
demência. Ao todo, 559 participantes desenvolveram Mal de Alzheimer durante a
realização do estudo. O tempo médio entre o diagnóstico e a morte foi de quatro
anos.
As pessoas com entre 75 e 84 anos diagnosticadas com
Alzheimer eram quatro vezes mais propensas a falecer do que aquelas que não
tinham a doença. Um terço de todas as mortes das pessoas de mais de 75 anos foi
atribuído ao Alzheimer, de acordo com o estudo.
Ao fazer uma projeção sobre toda a população americana acima
de 75 anos para 2010, James afirmou que esse número equivaleria a 503.400
mortes por Alzheimer. Esse total é seis vezes superior aos 83.494 casos
relatados pelos CDCs, com base nos atestados de óbito.
"Determinar os efeitos reais da demência nesse país é
chave para aumentar a consciência do público e identificar prioridades de
pesquisa relacionada a essa epidemia", alertou Dr. Brian James.
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